sábado, 2 de abril de 2011

Numa noite escura.

Eu te esperava, sempre te esperei.

Num tempo de extrema magia, eu era uma das sacerdotisas mais poderosas da tribo. Inicie muitos no mistérios sagrado. Coroada, eu andava as densas florestas em busca de ervas no apogeu da Lua Cheia. Muitas das vezes, deitei-me sobre a relva orvalhada e contemplei o céu da Grande Mãe a brilhar. Tinha muitos amores e não me importava em seduzir. Vivíamos numa aldeia farta e dela me tornei mestra. Coração valente, defendia meu povo e se preciso fosse, lutaria empunhando uma espada em mãos. Tinha muitos amigos leais. Quando os tempos dificies chegaram, partimos para lutar por nossa liberdade e foi ai que eu te conheci.
Numa noite bem escura, sob minha capa, eu saí andar a floresta que meus pés jamais haviam sentido e cuidadosamente e com respeito, fui conhecendo seu interior. Estalos de uma fogueira, chamaram minha atenção e não resiste saber quem pernoitava por ali.
Quando meus olhos alcançaram a cena de minha curiosidade, um cavalo eu vi e deitado ao lado da fogueira você.
Observei aquela cena e feito pintura, admirei, mas com certas indagões: Quem poderia ser? Foi esse pensar que entregou minha presença, pois desequilibrei e o ruído fez com que o seu cavalo escutasse e te avisou com um relinchar. Rapidamente, com a espada ao seu lado, saltou em pé e já não havia como correr, estava acuada, em desvantagem total! Minha curiosidade me levara para a boca do leão. Trêmula, fiquei em silêncio, mas minha respiração estava tão ofegante, parecendo, que podia se ouvir ao longe. O seu cavalo estava me vendo em meio aos arbusto, meus olhos assustados presenciavam sua presença cada vez mais próximo. Eu estava paralisada. Enfrenta-ló não podia, estava desarmada. A não ser que te seduzisse e o envenenasse se preciso fosse.
Vagarosamente levantei e ao pensar em correr, você foi mais rápido e pulou sobre mim, colocando sua espada em meu peito. Eu gritei e no mesmo instante que nossos olhos se encontraram, o silêncio falou por nós. Mesmo assim, quis saber quem era eu e o meu nome te revelei, disse-lhe que estava apenas de passagem e curiosa fiquei, em saber, que pernoitava na alma da floresta. Você me levantou, e apresentou e convidou para sentarmos a beira da fogueira, que você acendeu. Era noite fria e aquele convite não pude negar. Você tinha um belo cavalo a quem parecia carregar não somente a você, mais todos seus segredos.Era um guerreiro, cavalheiro, sem uma tribo a morar. Havia perdido muito na vida e não tinha razão  de estar. Seus olhos intenso, pousaram sobre mim, querendo me desposar e foi o meu mistério que desejou desvelar. Seu nome combinava com você, era forte e determinado, mas contigo, carregavas muitas tristezas. Conhecendo-nos, conversamos muito, seu rosto me chamou atenção. Eu tinha rumo e familia e sem pensar duas vezes, te acolhi. Naquela noite, você partiu comigo e conheceu a minha vida, o meu ser. Partimos em busca de abrigo, estávamos sendo perseguidos e eu não quis me render e pela minha tribo, eu dava minha vida. Havia perdido muitos amigos, no sangue que lavou aquele tempo e ter te conhecido, foi o acalento de minhas noites mal dormidas. Você trouxe mais sentido para meu viver e contigo sentia confiança e segurança. Você honrou com suas palavras, seguiu comigo naquela jornada e decidiu ficar ao meu lado e lutar para me proteger. Na minha tribo eu era importante, conduzia os viajantes na busca  do seu ser. Você diversas vezes velou meu sono e quis entender o meu mistério, a minha magia, confiando-se a mim. Nosso elo era forte, bastava estar ao seu lado, para calma eu ter. Minha irmã não te via com bons olhos, pois também era apegada comigo e tinha medo de me perder. Você foi responsável por muitas noites eu dormir com um sorriso nos lábios, pensando em sua companhia, na alegria que em mim fazia e como ambos se conheciam sem nada precisar dizer. Era algo fora do normal, mas como tratava todos com muito amor, com você não foi diferente, porém era mais especial. Sua presença me aquecia e estremecia meu corpo e diante de tal circunstância, onde minhas pernas ficavam bambas e com seu olhar eu enaltecia, foi numa noite muita linda, de céu extremamente estrelado, que você, um convite me fez, um passeio noturno; então saímos a andar e a beira de um lago paramos e foi lá, debaixo de uma árvore, você nada disse, simplesmente me puxou em seus braços e me beijou.
Foi o beijo mais quente, envolvente, que me fez de meu corpo quase soltar. Eu não puder escapar, você foi mais forte e não resiste por muito tempo. Tomada em seus braços, achando loucura, meu corpo se aqueceu e eu fiquei amolecida e mais firme você me segurou. Pensei que fosse desmaiar, fora intenso demais. Quando se afastou de mim, eu não tinha fôlego , tão pouco palavras, você sabia que havia beijado uma sacerdotisa, tinha como rainha, a quem proteger. Eu fiquei assustada, você me deslocou, me tirou totalmente do eixo. O pouco instante de silêncio, você declarou seu amor por mim e não conseguia mais segurar; pediu tantas desculpas e eu só soube te olhar em silêncio. Jamais havia me sentido daquela forma, você despertava o meu além e o meu corpo queria sentir seu toque. Eu quis fugir, você me segurou, viu o medo através dos meus olhos e sua confiança ofereceu. Meu coração batia tão forte e acelerado e eu respirava com dificuldade, sentia-me vulnerável ao seu lado e parecia lhe pertencer. Eu pedi que me deixasse ir e corri para minha tenda sem entender, o que estava acontecendo comigo, meu corpo aquecido, lágrimas a rolar. Não conseguia dormir, saí a sua procura e adentrei sua tenda sem cerimônia e tal era o fogo que havia em meu corpo, que de minha boca, você ouviu eu dizer: __ Eu quero você! Não foi preciso repetir, nem explicar, eu me esqueci de tudo, eu deitei-me em seu leito e de mim, você me fez sua mulher. Você me beijava com intensidade, me envolveu em seus braços de forma a não  me perder e naquela noite, eu te amei profundamente, sem esperar o depois e foi nesse momento que eu parei, por que ter tido você, valeu mais que o desfecho dessa estória ( ou história), que apenas fala de amor, de muito amor, de tempos de amor, de momentos eternizados pelo amor...Passe o tempo que passar, assim será.

O tempo pode afastar, mas as lembranças são eternas e não há nada, nem ninguém que dê mim  possam tira-lás.

29/03/11

Nenhum comentário:

Postar um comentário